quinta-feira, maio 20, 2010

"Na Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant observou que o homem não tem acesso ao real em si, à realidade ontológica das coisas, mas apenas a representações do real. Nós não compreendemos a natureza dos objectos em si mesmos, apenas o modo como os percebemos, modo esse que nos é peculiar. Por exemplo, um homem percepciona o mundo de uma maneira diferente dos morcegos. Os homens captam imagens, os morcegos registam ecos de sonar. Os  homens vêem cores, os cães olham a preto e branco. Os homens captam imagens, as cobras sentem temperaturas. Nenhuma forma é mais verdadeira do que a outra. São todas diferentes. Nenhuma capta o real em si e todas apreendem diferentes representações do real. Se quisermos retomar a célebre alegoria de Platão, o que Immanuel Kant vem dizer é que estamos todos numa caverna acorrentados pelos limites da nossa percepção. Do real apenas vemos as sombras, nunca o próprio real."

in Codex 632

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